Em busca da reeleição, Bolsonaro quer mais investimento, mas esbarra na Lei do Teto dos Gastos e em seu ministério da economia.
Foto: Marcos Corrêa/PR/Flickr
Em busca da reeleição, Bolsonaro quer mais investimento, mas esbarra na Lei do Teto dos Gastos e em seu ministério da economia.
Aconteceu o óbvio. A lei do Teto dos Gastos impede qualquer projeto desenvolvimentista no país, simplesmente porque não há como você desenvolver um economia capitalista sem enormes investimentos públicos.
Foi assim com todas as ditas potências do mundo, que hoje possuem dívidas quase do tamanho de seus PIBs, pois a economia de um Estado não é igual a economia da sua casa, as dívidas públicas são instrumentos importantes e estratégicos para o desenvolvimento das forças produtivas de um país.
Mas essa lei existe justamente para impedir que façamos igual, de modo a nos manter como um eterna colônia de exploração. Tudo isso foi denunciado na época em que foi votada, ocasião em que Bolsonaro foi a favor da lei.
Ocorre que, preocupado com a reeleição e vendo que a agenda ultraliberal de Guedes só vai terminar de empurrar o país para o abismo, Bolsonaro quer investimentos públicos para reaquecer a economia, mas a referida lei não permite e o ministério da economia que ele montou, a serviço do mercado financeiro, não quer.
Então, diante do impasse, já começa a ocorrer uma debandada no ministério, de pessoas que ali estavam exclusivamente para atender aos interesses do capital transnacional.
Por outro lado, Guedes obrigou Bolsonaro a se comprometer com a agenda liberal e, por isso, o presidente foi a público defender o teto de gastos. Afinal, Guedes ajuda a segurar Bolsonaro na presidência pois é o seu elo principal com a burguesia, classe a qual ele fez um pacto para que pudesse estar onde está.
Desse modo, Bolsonaro está na seguinte sinuca de bico: ou honra seus compromissos com a burguesia ou vê sua popularidade minguar devido a uma crise econômica devastadora que a agenda liberal é incapaz de impedir.