Extinguir a Ceitec é ajoelhar para o imperialismo

Na contramão do mundo, Bolsonaro extingue estatal referência em chips e semicondutores, condenando o país a ser uma grande fazenda de soja.

            Foto: Tecnoblog

Em meio a uma crise mundial na produção de chips e semicondutores, que são a base para o desenvolvimento da indústria e são fundamentais, portanto, para o desenvolvimento econômico de um país, o mercenário resolveu extinguir a única fábrica desses componentes do Brasil.
 

A Ceitec é conhecida como “estatal do chip boi”, por ter desenvolvido o chip para rastreabilidade bovina, e é a única empresa da América Latina que fabrica completamente chips com silício, cobrindo toda a escala de produção.

E qual seria o motivo alegado pelo governo federal para sua liquidação? A falta de lucros. Já que teria sido investido quase um bilhão de reais e a empresa ainda estaria apresentando prejuízo.

Porém, números do próprio Programa de Parcerias de Investimentos (PPI), que formalizou a extinção da estatal, projetam, no entanto, que essa diferença deixa de existir até 2028, mesmo no cenário mais pessimista. E essa trajetória pode ser acelerada para um balanço positivo na metade do tempo estimado, segundo os trabalhadores da Ceitec, que chegaram a levar ao governo federal um plano para manter a estatal de tecnologia funcionando, que envolve cortes de custos e perspectivas comerciais já em curso.

É importante esclarecer que toda empresa do setor precisa passar por uma curva de aprendizagem para começar a dar retorno. Conforme argumenta Uallace Moreira, é esperado que se observe prejuízo no curto prazo quando um país opte pela estratégia de catch up e upgrading em suas estruturas produtivas.

No caso específico do setor de semicondutores, Júlio Leão, que possui 7 patentes depositadas e 2500 citações e é ex-porta-voz da Associação dos Colaboradores do CEITEC, esclarece que o horizonte para uma empresa amadurecer nesse setor é de 20 anos e que a CEITEC estava prestes a ser lucrativa financeiramente.

Ou seja, justo quando a Ceitec começa a passar pela curva de aprendizagem, e está prestes a dar o retorno de investimento que o país fez, Bolsonaro revolve extingui-la. E, quando falamos em tecnologia, o retorno vai muito além do lucro direto, estamos falando de soberania nacional e desenvolvimento econômico e social como um todo.

Enquanto China, Coreia do Sul, Vietnã e Taiwan trabalham para conseguir avançar ainda mais nessa tecnologia, o governo brasileiro decide abrir mão.
 
Essa é mais uma ação que demonstra que a missão do Bolsonaro é destruir toda e qualquer possibilidade de soberania nacional e de desenvolvimento das nossas forças produtivas, de modo a manter nossa dependência e subordinação às potências imperialistas, em especial os EUA.
 
Fica claro que o projeto do governo federal é consolidar o Brasil na divisão internacional do trabalho como uma grande fazenda de soja, atendendo unicamente aos interesses da acumulação do Capital global.
 
Bolsonaro, Guedes, militares e classe dominante são inimigos da pátria!
 
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